A alimentação escolar assume um papel muito importante na vida dos alunos. Afinal, para realizar qualquer atividade e garantir o crescimento saudável, crianças e adolescentes precisam consumir nutrientes que contribuam para o bom funcionamento do seu corpo.
Com esse objetivo, diversas iniciativas públicas foram implementadas. Entre elas a Lei 11.947/2009, que assegura “alimentação saudável e adequada” por meio do uso de “alimentos variados, seguros” e que “respeitem a cultura, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis”.
Apesar disso, ainda há muito o que melhorar nesse campo. Por isso, preparamos este post. Confira o que tem sido realizado em termos de gestão para melhorar o fornecimento de alimentação escolar para os estudantes da rede pública!
A importância da alimentação escolar
Em um país como o nosso, que enfrenta graves problemas com relação ao consumo alimentar, como fome, desnutrição e obesidade infantil, implementar políticas públicas que atenuem ou corrijam tais desafios é urgente — e a escola tem grande importância nesse processo.
A escola acompanha o aluno em diversas etapas do seu desenvolvimento, desde a primeira infância até o fim da adolescência e início da vida adulta. Ela se torna, portanto, um ambiente perfeito para contribuir com a geração de hábitos alimentares saudáveis que vão refletir ao longo de toda a vida do indivíduo.
Além disso, não podemos deixar de frisar que as instituições de ensino têm a oportunidade de suprir carências nutricionais de indivíduos que talvez não tenham suas necessidades atendidas em casa.
Em vista disso, a escola precisa buscar meios de alimentar os seus alunos de modo correto, contribuindo para o seu crescimento, desenvolvimento biopsicossocial, aprendizagem, rendimento escolar e formação de hábitos alimentares saudáveis.
Isso pode ser feito por meio de ações de educação alimentar e nutricional, e pela oferta de refeições que cubram as suas necessidades nutricionais durante o período letivo.
Então, vamos considerar algumas inciativas que os gestores públicos têm tomado para fomentar essa mudança na maneira de encarar a alimentação escolar!
O impacto da agricultura local na merenda escolar
Desde 2009, 30% dos produtos da merenda escolar das escolas públicas devem ser provenientes da agricultura familiar.
Ao mesmo tempo em que essa iniciativa contribui para o desenvolvimento da microeconomia e dá a chance de os produtores locais venderem seus alimentos, o uso de produtos da agricultura familiar tem um fator importantíssimo na qualidade da alimentação escolar dos alunos. Afinal, o alimento plantado na região chega fresquinho à escola com uma qualidade superior.
A produção local é geralmente feita em pequenas propriedades ou em assentamentos. Ao comprar alimentos desses empreendedores, a escola fortalece o comércio da região e contribui para a geração de empregos e renda.
Além disso, por serem produtos mais saudáveis, promovem a qualidade do balanceamento nutricional na alimentação dos alunos por meio da oferta de itens que fazem parte do dia a dia das escolas, como mandioca, feijão, leite, mamão e banana.
Sem dúvida, a oferta maior de alimentos produzidos pela agricultura familiar e a diminuição de itens industrializados influenciam de forma muito positiva na qualidade da alimentação ofertada.
O governo, por meio de políticas de incentivo à agricultura familiar, pode ajudar o pequeno produtor rural a produzir mais, com diversidade maior e qualidade cada vez melhor.
O que pode ser melhorado na prática
Apesar dos grandes avanços nos últimos anos no direito à alimentação e no fornecimento de preparações de qualidade, ainda há margem para melhorar em diversos aspectos. Entre eles, podemos citar:
Redução da burocracia
Para que a alimentação escolar no Brasil atinja o que é definido pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) por meio do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), ainda é necessário superar alguns obstáculos, inclusive em questões administrativas, por exemplo, em relação a algumas leis.
Considere o tempo que uma escola gasta para executar toda a burocracia relativa à aquisição do gênero alimentício. Em alguns casos, as instituições chegam a despender mais de 70 dias para concluir um processo licitatório. Consequentemente, a alimentação escolar daquele ano fica prejudicada.
Outro ponto que merece destaque é a quantidade de documentação necessária. Já que se trata de recursos públicos, um fornecedor deve apresentar uma série de registros para conseguir vender para uma escola.
Quando é um agricultor familiar, o problema se complica, já que em alguns casos esse pequeno empreendedor não possui todo os documentos necessários para disponibilizar determinado produto.
Ao prover capacitação em gestão, estreitar laços com os diversos órgãos envolvidos e buscar ferramentas de controle que facilitem o acompanhamento do processo, o governo contribui para reduzir a burocracia.
Uma mudança administrativa, por exemplo, já pode garantir que a alimentação escolar chegue mais rápido às escolas, por adiantar o início do processo de licitação.
Atendimento de restrições alimentares
O planejamento da alimentação escolar deve levar em conta os hábitos alimentares dos alunos de cada região. Uma preparação que possui boa aceitação em uma região talvez não tenha a mesma receptividade em outra.
Além disso, dentro da rede de ensino, existem alguns alunos com restrições alimentares, por exemplo, celíacos e diabéticos. Por isso, ao planejar um cardápio, os nutricionistas precisam pensar nesses casos. Assim, a escola tem a possibilidade de elaborar uma preparação específica.
Diversidade e quantidade de alimentos
A elaboração de preparações com maior diversidade de alimentos, como frutas, verduras e legumes, e oferta cada vez menor de alimentos processados e industrializados garantem uma alimentação cada vez mais saudável e nutritiva.
Muitas gestões promovem programas de reciclagem profissional para suas merendeiras, para que conheçam os valores nutricionais dos alimentos e aprendam de modo prático a preparar pratos variados, como doces, massas e salgados. Essa iniciativa aumenta a qualidade do cardápio e a diversificação das preparações, fornecendo aos alunos uma experiência gustativa mais variada.
Quem pode ser responsável por essas mudanças
Todos os envolvidos no processo educativo podem promover uma alimentação escolar de qualidade. Essa função tem peso maior para a alta gestão, que detém as ferramentas e os dispositivos legais necessários para fomentar tais ajustes.
Um bom exemplo dessas mudanças foi o que ocorreu na Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul. A SED implantou o Cheff Escolar — uma solução que auxilia na gestão de recursos do PNAE e na preparação e montagem de cardápios da merenda escolar. O sistema também auxilia as escolas nas preparações para alunos com restrições alimentares.
Desde a implantação do Cheff Escolar, a gestão conseguiu:
- seguir totalmente as regras do PNAE para a aquisição de alimentos;
- reduzir em 97% o tempo de produção para chamadas públicas;
- reduzir em 99% o tempo para montar cardápios e conferir notas fiscais.
Saiba você também como pode conseguir bons resultados na alimentação escolar por meio dessas ferramentas avançadas de gestão! Confira o nosso post sobre sistema de merenda e o que as escolas ganham com ele.
E se quiser saber mais sobre a gestão dos recursos do PNAE nós temos um infográfico exclusivo.